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sábado, 14 de janeiro de 2012

Rotina de atividades para Bercário

Recebemos no Berçário crianças com faixa etária de 6 meses a 1 ano de idade, é um período que requer muito a atenção de todos. São crianças que estão se adaptando a um novo ambiente como também ao momento psicológico de adaptação que seus pais estão passando.
Esse período varia de criança para criança: ela pode estranhar, por isso iremos aos poucos procurar estabelecer uma relação de segurança e  confiança .
Ocorre nessa fase mudanças muito rápidas e significativas como: o sentar, o engatinhar, desmame, a dentição, a introdução de novos alimentos a sua dieta...
Nessa fase ocorre uma aprendizagem totalmente lúdica, as crianças terão acesso a materiais de diferentes pesos, texturas, cores, formas, tamanhos...
Irão explorar livremente através dos seus sentidos: o chupar, morder, olhar, manipular os brinquedos que lhe serão oferecidos em seu ambiente diário.
E vamos brincar com que a criança mais conhece, seu corpo, veículo de expressão e prazer através de massagens corporais, a Shantala.
A observção as reações das crianças é constante e ouvindo os pais faremos algumas mudanças, se necessário, para seu pleno bem estar.
Atividades04



Shantala
A Shantala é uma massagem de origem indiana própria para bebês. Foi trazida para o ocidente pelo médico francês Frederick Leboyer. O objetivo maior dessa técnica milenar é ampliar os momentos de contato com a criança e fortalecer os vínculos afetivos, trabalhando a integração, troca de afeto e despertar a confiança.
Ela relaxa e acalma, aliviando as cólicas e pressões de ventre e tem como característica fazer com que o bebê tenha lembranças dos movimentos intra-uterinos, quando o líquido amniótico que a envolvia enquanto feto, o massageava com pequenas contrações.
Atividades lúdicas

As atividades lúdicas têm um papel fundamental na estruturação do psiquismo da criança, é no ato de brincar que a criança utiliza elementos de fantasia e realidade e começa a distinguir o real do imaginário. É através da ludicidade que ela desenvolve não só a imaginação, mas também fundamenta afetos, elabora conflitos e ansiedade, explora habilidades e, a medida que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas.

Através da ludicidade a criança vai estruturando e construindo seu mundo interior e exterior. As atividades lúdicas podem ser consideradas como meio pelo qual a criança efetua suas primeiras grandes realizações, que através do prazer, ela expressa a si própria, suas emoções e fantasias.
Psicomotricidade

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde os primeiros momentos da educação. 

Segue abaixo programação de atividades do Berçário, com respectivos objetivos:
(a) Aprend.Ativa (Exploração PSM/Vida prática)
(b) Linguagem
(c) Exp. e representação
(d) Raciocínio lógico e relação espacial
Segunda(a) Folhear livros (capa dura/plástico ou pano) e revistas
(b) Ouvir pequenas histórias (livros e gravuras)
(b) Música com gestos
(b) Brincar com a língua, barulhos, repetição de sílabas/onomatopéias
(c) Trabalhar com os sentidos: visão (esconder e encontrar objetos)
(c) Uso do espelho: ver a si e ao outro
(d) Trabalhar quantidade: muito/pouco, cheio/vazio, mais/menos
Terça(a) Tinta caseira
(b) Cartões de linguagem
(b) Mísica com gestos
(c) Trabalhar com os sentidos: Tato (textura, peso, temperatura)
(d) Trabalhar com semelhanças e diferenças
(d) Comparar objetos quanto a forma, tamanho e cor
(d) Dobrar e amassar papéis (modificar formas dos objetos)
Quarta(a) Rasgar e amassar papéis (texturas variadas)
(b) Observar fotos e revistas (identificar objetos, pessoas e lugares)
(b) Música com gestos
(c) Trabalhar com os sentidos: Olfato
(c) Trabalhar partes do corpo
(d) Separar objetos em caixas/classificação (ajudar a arrumar)
(d) Realizar ativ. que explorem: perto/longe (c/ o corpo, gravuras, fotos)
Quinta(a) Brincar com sucata
(b) História com fantoches
(b) Música com gestos
(c) Trabalhar com os sentidos: Audição (sons prodizidos com objetos e o corpo)
(d) Jogos de encaixe
(d) Guardar objetos em diferentes tamanhos de caixas
(d) Realizar ativ. que explorem: junto/separado (c/ o corpo, gravuras, fotos)
Sexta(a) Massinha caseira
(b) Cartões de linguagem
(b) Fazer ruídos com a boca (beijo, som do índio, estalar língua...)
(b) Música com gestos
(c) Trabalhar com os sentidos: (paladar)
(c) Brincar de faz de conta: panelinha, carrinho, boneca, telefone...)
(d) Empilhar objetos (até 3 objetos)
(d) Realizar ativ. que explorem: por cima/por baixo (c/ o corpo, gravuras, fotos)
  disponível em www.casadejoaodebarro.com.br

mordidas na creche




Mordida - em quem dói mais?
[20/03/2007- Matéria da Edição :84 - Fevereiro de 2007 ]
Até os três anos de idade, as mordidas são conhecidas, comuns entre as crianças, mas sempre preocupam pais e professores. Para entender o fato, é preciso voltar nossa atenção para o desenvolvimento físico e emocional das crianças.

O mundo pela boca
Crianças pequenas têm interesse e curiosidade por tudo que há à sua volta. A grande interação com o mundo, todos sabem, principia pela boca, por onde o indivíduo faz importantes descobertas separando o que o constitui e o que constitui o outro. Significativas sensações de prazer físico, psíquico e social acontecem nesse período, que acompanha a dentição.
Na fase oral, encontramos, com freqüência, a criança mastigando, sugando, chupando, produzindo sons, levando objetos à boca. E mordendo. Desejando conhecer o outro, apropriar-se dele - coisas e pessoas - , manifesta-se desse modo, com essa agressividade primitiva.

É meu!
É claro que, um pouco mais tarde, a mordida ganha nova feição, passando a ser um modo de chamar a atenção mais rapidamente ou a resposta a um desejo contrariado (antes o choro era o recurso mais utilizado para isso). Normalmente essa criança ainda não fala com tanta fluência, articula as palavras com alguma lentidão e sabe que, com essa abordagem mais "enfática", resolverá mil vezes mais rapidamente a disputa pelo brinquedo. Apesar de sabermos que essas manifestações agressivas na infância não resultam na constituição de um sujeito violento na idade adulta, é claro que esse comportamento deve ser desestimulado. Com a estruturação da linguagem e do pensamento, com a construção da razão, a criança encontra estratégias mais refinadas para solucionar conflitos.
Em situações estressantes, esse tipo de reação também não é algo raro. Mães e professores têm relatos de crianças que, em meio a um grande número de pessoas, como em festas, por exemplo, mordem por ansiedade e insegurança. Alguns momentos na vida da família também podem detonar irritabilidade e agressões: um irmãozinho chegando ou recém-nascido; pai e mãe se separando; mudança de casa ainda não assimilada; todos são exemplos muito comuns. Ainda devemos lembrar dos filhos únicos e mais possessivos, que costumam ter um baixo nível de tolerância.

Ajudando a criança que morde
Cabe-nos ajudar tanto a criança agressora quanto a que sofre as investidas identificando as razões das mordidas e interrompendo o processo para evitar a instalação da agressividade no grupo. Dê possibilidade a seu filho ou aluno de expressar o que ele sente para que compreenda o que está acontecendo consigo. Quando ele não souber dizer por que mordeu o colega, experimente oferecer-lhe algumas opções.
Fora da situação em que os ânimos estão exaltados, mostre à criança que o amigo ficou triste e machucado. É importante considerar que o conceito de dor, como o de outras sensações, é construído. Imaginar-se no lugar do outro é um excelente exercício para despertar a percepção das conseqüências das ações que se pratica.
Por mais que pareça a melhor medida, o isolamento da criança não resolve o problema. Aprende-se a conviver bem experimentando a convivência. Ao mesmo tempo, dê mais atenção às crianças para reduzir a incidência de ataques.
Antecipe a ação negativa intervindo para evitar que a criança reincida. É preciso aprender a identificar o contexto dentro do qual ela apela para a mordida. Assim, quando estiver diante da situação-limite, a criança terá a chance de ser estimulada a trocar a comunicação corporal pela argumentação verbal.
Impeça que a criança sinta-se premiada com o comportamento inadequado. Ela não deve usufruir daquilo que conquistou à base da mordida (isso vale para chutes, beliscões, tapas, arranhões). Além disso, estimule sempre um pedido de desculpas.
Se você perceber a necessidade de ameaçar com uma medida punitiva, combine o que acontecerá se o ato voltar a ser praticado e cumpra o combinado. Voltar atrás é dizer que você não tem certeza de sua decisão. Vale lembrar que a punição não deve ser física e que a criança não deve ser humilhada.

Ela foi mordida de novo
Muitas vezes, avalia-se que uma criança é precoce, que é mais madura porque gosta mais de conviver com crianças mais velhas ou com adultos, demonstrando desconforto, inquietude, irritação quando está com outras crianças de sua idade. Claro que é possível que isso ocorra, mas o que verificamos, normalmente, é que o dia-a-dia entre indivíduos da mesma faixa etária, na fase do desenvolvimento de que estamos tratando, é mesmo o que há de mais difícil - por isso, às vezes, menos desejado -, pois todos têm demandas semelhantes. Aqui não há o que "tem que ceder porque o amigo é mais novo".
Voltemo-nos para a criança que é mordida repetidas vezes. Ela precisa de acolhimento - atenção e ajuda - para melhorar seus reflexos, expressar seu descontentamento e encontrar mecanismos de defesa. Fortalecê-la, porém, não é incentivar o revide, o que ocorre com freqüência com alguns pais pelo receio de que seu filho se torne um sujeito passivo diante da vida. É preciso lembrar que o adulto não deve oferecer um modelo agressivo sob pena de fixar o ambiente hostil que está rondando os primeiros relacionamentos da criança. Por mais que seja sofrido ver o filho marcado por um colega, evite o rancor, pois a criança que morde não é má, e seus pais sofrem muito temendo que ela seja discriminada pela turminha e pelos outros pais.

Final feliz
Uma mãe, minha amiga de longa data, vive recontando as histórias de seus dois filhos. O primeiro foi mordido algumas vezes pelos colegas, e isso doía mais nela (quem não a compreende?) do que no braço dele. O segundo filho, dois anos mais novo, foi para o outro lado da corda: até babava, literalmente, quando via uma bochecha por perto. Aborrecido, então, distribuía empurrões e marcas de dentes entre os que estivessem ao seu alcance. Ela não sabe quando sofreu mais: se quando mãe da vítima ou mãe do agressor.
Bem, a boa notícia é que esses comportamentos são passageiros. Se bem conduzidos, por mãos firmes e afetivas, nossos pequeninos aprenderão a superar essa fase e construirão relações sociais saudáveis. Trocar experiências com o professor, com o pediatra, com o psicólogo, com outros pais rende tranqüilidade para uma ação positiva.
Aglacy Mary

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